24/02/2013

Meu diário de motocicleta - Em uma Honda Fan 150 de Raul Soares à capital mineira

Saímos de Raul Soares ontem, sábado 23 de fev de 2013, de Raul Soares, rumo à capital. A Larêssa resolveu me trazer a Belo Horizonte de moto! E lá fomos nós pela BR 262, pelas curvas e morros das Minas Gerais.

Com uns 10kg de peso na mochila, foi a primeira vez que Lalá pegou estrada movimentada e cheia de engarrafamento por 230km. Passamos em meio de caminhões, carros e motos. Inclusive gente cortando pela direita aos montes, e motociclistas fazendo corredor. Levamos exatamente 4 horas de viagem, contando com o tempo que paramos pra lanchar na cidade de João Monlevade, a 110 km de Belo Horizonte.






Uma outra vez eu vim de carona de moto com um primo vindo de Raul Soares também, só que passamos por Ponte Nova e Ouro Preto, até chegar em BH. Dessa outra vez com meu primo a gente pegou menos engarrafamento, só no trecho do Alphaville até BH, que é uma distância muito mais curta do quê de João Monlevade a BH. Só que dessa vez com meu primo eu cheguei muito mais doído em BH, foi bem sofrido, por isso imaginei que com Larêssa ia ser assim também. Mas foi de boa, fizemos essa parada em João Monlevade e no fim das contas foi bem de boa. A Lalá me perguntava tempo todo se eu queria que parássemos pra esticarmos as pernas um pouco, mas nem precisamos.

Pra quem quiser ver no mapa.. Raul Soares, João Monlevade e BH, foi o trajeto.


Clique aqui para ver o mapa da viagem de moto ampliado.


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08/02/2013

De São Paulo para Minas Gerais pedindo carona para o Carnaval Internacional de Raul Soares

Ei people! Pulando um pouco da sequência da viagem (uma boooooa pulada, pq a última história que contei aqui foi da viagem só até chegar à fronteira do Brasil), hoje vou falar como foi o trajeto de São Paulo até Minas Gerais.

Anteontem (quarta-feira) era o dia que eu havia programado para sair de São Paulo e começar a ir pra Minas, com intensão de chegar no máximo até o dia seguinte (quinta) à Raul Soares, para o Carnaval Internacional de Raul Soares. O Leandro já havia seguido pra outros lados, ele pegou um ônibus e foi pra Campinas, então nesse dia eu seguiria viagem sozinho.

Pra quem não se lembra, eu já postei aqui no blog ensinando Como pedir carona de Belo Horizonte para o Carnaval Internacional de Raul Soares. Apesar de que a parte do "internacional" é por minha conta, esse ano de 2013 o Fabián (aquele amigo de Buenos Aires, que hospedou a mim e ao Leandro na casa dele lá umas semanas atrás) está vindo da Argentina pra Raul Soares pra passar o carnaval. ahhahah Seriously, ele me ligou agora a pouco e está fazendo conexão no aeroporto de Guarulhos.

Minha mochila com quase 20kg, momentos antes de sair pra viajar. Estava super cheia com uns ítens pra mochilão e uns presentes que me deram em Sampa.


Bom, voltando à saída de Sampa anteontem... Dormi só umas 4 horas durante a noite, lá pelas 8 da manhã eu já tava linda no pedágio de Mariporã (cidade na região metropolitana de São Paulo, onde eu e Maria pedimos carona uns anos atrás). Só que saí caminhando, pq ali logo na saída do pedágio não tinha acostamento. Acabei chegando aí nesse trevo que entra pra Mairiporã, onde gravei o vídeo com a Mah.

Aí no trevo de Mairiporã foi onde levei mais tempo pra conseguir carona. Fazia 1 hora que eu estava lá, até que resolvi trocar minha plaquinha de "Pouso Alegre" para "Atibaia" (a próxima cidade, logo depois de Mairiporã). Imediatamente um carro parou pra mim. Era um cara que tava indo trabalhar, me deu um McDonalds quentinho que tinha acabado de comprar e estava fechado. Esse foi meu café da manhã (pq antes de sair da casa do Peter eu não consegui comer nada). Ao descer do carro, o cara ainda me perguntou se eu fumava beck e me ofereceu um cigarro 'bolado' prontinho pra fumar. Só que agradesci. Maconha só me serve de sonífero mesmo, então não seria útil pra mim ali (apesar de que depois eu me arrependi de não ter aceito pra trazer de presente pra uns amigos de Minas que iriam adorar hahah).

Toda a viagem eu fui registrando os horários que eu chegava nos pontos pra pegar carona e os horários quando que conseguia carona. Podem ver a diferença, que eu pegando carona sozinho, meu tempo máximo de espera, depois de São Paulo, foi de 30 minutos. :P

Resumidamente os horários que peguei e que desci de cada carona de São Paulo até o trevo na entrada de Lavras, Minas Gerais.

Quando desci no trevo de Lavras, dei conta da burrada que eu tinha feito. O caminhão que tinha me dado carona estava indo direto pra lá. Eu, na verdade, tinha intensão de ir pra Belo Horizonte nesse dia, por isso desci no trevo, pq tinha intensões iniciais de seguir pedindo carona, mesmo sendo já 3:30 da tarde. Mas, foi uma grande burrada descer no trevo, pq ali eu notei que o céu estava fechado de núvens escuras, provavelmente ia chover e eu estava morto de cansado por não haver dormido direito.

Acabei indo pra Lavras em um ônibus que custava uns r$ 3,50. Lá fui muito bem recebido pela família materna de um dos meus sobrinhos :)


Clique aqui para ver o mapa com todos os pontos onde pedi carona de São Paulo a Minas Gerais.


Não consegui dormir direito à noite, por causa da ansiedade de chegar logo. Eu ODEIO pegar estrada com o tempo contado pra chegar. No dia seguinte (quinta-feira, quando eu tinha planejado chegar a Raul Soares), de manhã, um amigo havia confirmado pra mim que podia me dar uma carona de Belo Horizonte até Raul Soares. O céu de Lavras estava encoberto, tava caindo daquelas garoas que ficam o dia inteiro. Decidi parar de me torturar com toda aquela ansiedade pra chegar, e me rendi a pagar SESSENTA REAIS em uma mísera passagem de ônibus de Lavras a Belo Horizonte.

Em Belo Horizonte fui pra casa da Maricota (que é tipo a minha casa em BH, a Maricota - Márcio Cota - respondeu "pra vc sempre tem" quando perguntei uma vez se ele tinha um lugar pra eu dormir).

Logo umas 4 horas depois de chegar em BH eu já estava encontrando com o Marcone, meu amigo que aceitou me dar a carona até o Carnaval Internacional de Raul Soares.





Essa viagem de São Paulo a Raul Soares não foi nada divertida (pra poder encorajar outras pessoas a fazerem o mesmo) como que eu queria que fosse, mas beleza, pelo menos consegui caronas bem facilmente (ainda que em trechos curtos) e cheguei a Raul Soares na quinta sem toda aquela dificuldade pra comer e dormir que eu estava tendo por pressa de chegar e preocupação de quais estradas eu pegaria e tal.


Clique aqui para ver o mapa ampliado.


Hoje é sexta, DIA DE ROCK, BEBÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊSSS!! Foi por isso que saí correndo de Buenos Aires com o Leandro, eu não me senti capaz de ficar longe do Carnaval Internacional de Raul Soares 2013!! hahahhaha





Quero uns Engovs, muito amor e muito álcool. Carnaval tem que ser no Brasiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiil, e pra mim, particularmente, no interior de Minas! haushaushaush


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Desde São Paulo hacia Minas Gerais haciendo dedo hasta el Carnaval Internacional de Raul Soares

Ei people!

Anteayer (miércoles) fue el día que planeé salir de São Paulo y empezar a irme rumbo a Minas Gerais, con intensiones de llegar en máximo hasta el día seguiente (jueves) a la ciudad de Raul Soares, para el Carnaval Internacional de Raul Soares.

Leandro (mi compañero de viaje) se agarró un bus y se fue a Campinas, entonces yo me iba a agarrar las carreteras sólo de esta vez.

Para los que ya se olvidaron y los que todavia no lo sepan, el año pasado hice un video ensinando Cómo irse a dedo desde Belo Horizonte hasta el Carnaval Internacional de Raul Soares. Aúnque la parte del "internacional" es por mi cuenta (yo le digo 'carnaval internacional' de broma), en el carnaval de este año Fabián (mi amigo que alojó a mi y Leandro en Buenos Aires hacen pocas semanas) vendrá de Argentina para Raul Soares para disfrutar el carnaval junto a nosotros. jajajaj Seriously, él me llamó ahorita y me dijo que ya está a camino, ya en Brasil, haciendo conección en el aeropuerto de la ciudad de Guarulhos.

Mi mochila con casi 20kg, momentos antes de salir a viajar. Estaba demasiado llena con algunas cosas para llevarse en viajes y unos regalos que me dieron estos días en São Paulo.


Bueno, seguiendo la história de la salida de São Paulo anteayer... Dormi por solamente 4 horas y a las 8 de la mañana yo ya me estaba linda bajandome en el peaje de Mairiporã (una ciudad que está en la región metropolitana de São Paulo, donde yo y una amiga mochilera - Maria - ya habíamos echo dedo hacen unos años). Me bajé ahí y salí caminando, porque en la salida del peaje no hay acostamento. Al final yo ya estaba de nuevo en esta rotonda de la entrada de Mairiporã, donde grabé lo video haciendo dedo con Maria.

En la rotonda de Mairiporã fue donde me llevó más tiempo conseguir que álguien me levantase. Habia 1 hora que estaba ahí, hasta que decidí cambiar el cartel que usaba deciendo "Pouso Alegre" para un cartel deciendo "Atibaia" (que era la próxima ciudad). De imediato se paró un auto. Se trataba de un muchacho que estaba a camino de su trabajo, y me regaló uno McDonalds calientito que recién había comprado y todavia estaba cerrado. Ese fue mi desayuno (porque antes de salirme de la casa de Peter yo no conseguia comer nada por ansiedad). Encima, cuando me bajé me ofreció también un cigarrillo de marijuana listo para fumarse lo. Le agradecí pero no lo accepté. Marijuana sólo me sirve para traerme sueño, entonces no me iba a ser útil (aúnque más tarde me lamenté no haberlo acceptado pues seguramente mis amigos de Minas Gerais se iban a quedar contentos con el regalo jajjaja).

Durante todo lo viaje fui tomando nota de los horários en los cuales me bajaba en algun lugar y en los cuales me levantaban por más un tramo. Mi tiempo esperando en media fue 30 minutos. :P

Los horários en los cuales conseguí y en los cuales me bajé de las caronas que conseguí desde São Paulo hasta la entrada de la ciudad de Lavras, Minas Gerais.

Cuándo me bajé en la entrada de Lavras, me di cuenta de la estupidez que había hecho. El último que me trajo hasta aquí se iba directamente a Lavras. Yo, en verdad, tenía intensiones a princípio de de seguirme derecho a la capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, por eso le dije al chofer que no me iba a seguir con él hasta Lavras, aúnque fuera 3:30 de la tarde. Pero, mi estupidez fue por no me dar cuenta que el cielo estaba totalmente cerrado con nubes oscuras y probablemente se iba a llover pronto. Yo me moría de cansancio por no haber dormido bien.

Me terminé agarrando un omnibus desde la carretera donde me bajé hasta Lavras, lo que me costó unos 3,50 reais (cómo 1,20 dolares). En Lavras fui muy bien recepcionado en la casa de la família maternal de uno de mis sobrinos :)


Haz clic aquí para acercar el mapa con los puntos donde hice dedo desde São Paulo hasta Lavras, Minas Gerais.


Otra vez no pude dormir muy bien a la noche por cuenta de la ansiedad. Yo ODIO hacer dedo cuando tengo poco tiempo para llegar. En la mañana del día seguiente (jueves, cuando tenía planes de estar llegando a Raul Soares), uno amigo me dijo que me podría llevar desde Belo Horizonte hasta Raul Soares. El cielo de Lavras seguía lleno de nubes y llovia cómo si fuera llover por todo el día. Me tomé la decisión de no torturarme más para llegar a mi destino, me pagando así un pasaje en omnibus hasta la capital mineira (Belo Horizonte). Me costó unos 60 reais (cómo 30 dolares. sí, en Brasil el transporte el MUY caro).

En Belo Horizonte me fui a la casa de Márcio Cota, que por suerte pasa el horário del almuerzo de su trabajo todos los días en su casa.

Unas 4 horas después, me encontré con Marcone, el amigo que me había acceptado llevar en la vaga que tenía en su auto desde Belo Horizonte hasta el Carnaval Internacional de Raul Soares.





Les cuento que este viaje desde São Paulo a Raul Soares no me fue nada divertido (para que pudiera fomentarles a hacer lo mismo) cómo yo quisiera. Pero ok, por lo minos en todas las veces que hice dedo en este tramo, me llevaron en poco tiempo y al final logré llegar a Raul Soares en la fecha que había planeado y acordado con mis amigos, sin pasar hambre ni dormir en la calle.


Clique aqui para acercar el mapa.

HOY ES VIERNES DE CARNAVAAAAAAAAAAL!!!! Fue por eso que me salí de Buenos Aires con mi amigo Leandro hacen pocas semanas, yo no podría hacerme perder el Carnaval Internacional de Raul Soares 2013 "ni a pedo"!! jajjajaj





Ahora quiero una pastillas para no tener dolores de cabeza en el día seguiente, mucho amor y alchool. Carnaval hay que estar en Brasiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiil, y para mí, en particular, en el interior del estado de Minas Gerais! jajajajajja


(traducido para español en el 02/03/2013).

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04/02/2013

Caronando do Uruguay ao Brasil com direito a chuva na beira da estrada e a sermos salvos por Karina Van Ron

Waaaaah, acordamos cedo dessa vez pra irmos pra saída da cidade! Não tããão cedo, mas ainda em um bom horário pra se pedir carona. Deve ser por culpa do trauma da vinda de Buenos Aires até aqui. hahahah

A distância a ser percorrida de Montevideo (Uruguai) ao Chuí (Brasil) é super pequena, mas tava tão difícil conseguirmos carona que esse dia nos rendeu uma aventura e tanto, com direito a ficarmos no meio da estrada debaixo de chuva ensopando nossas coisas (depois de pegar sol fortíssimo de verão dia inteiro) até uma mulher louca uruguaia nos socorrer e nos levar pra pousada da família dela (que fica num sítio super massa), nos dar comida, cerveja, lugares super confortáveis pra dormirmos e até dinheiro na manhã seguinte.

Primeiro dia de viagem, "desgraças" quase acontecem


Às 9 horas da manhã já tínhamos acordado, arrumado tudo as coisas (e esquecido meus fones de ouvido, pq CLARO, eu sempre tenho que esquecer algo na casa da galera) e o Federico nos deixou no Pedágio Pando, na saída de Montevideo. Estudei melhor o trajeto dessa vez, e planejei que somente aceitaríamos caronas que nos pudessem deixar em algum desses lugares: Pedágio Solís, Rocha (cidade) ou Chuy (nossa cidade-destino de hoje).


Pedindo carona de Montevideo até o Pedágio Solís



Estávamos confiantes. Fomos primeiro pra parada de ônibus que estava bem ali depois do pedágio, apesar de quê não havia acostamento traçado nesse lugar.


Não apareceu o número do ônibus na foto, mas acho que é fácil vcs descobrirem que ônibus leva até aí no Pedágio Pando, caso queriam pedir carona aí ;)

(NOTA: Peaje Pando e Peaje del Peaje del remanso de Neptuni é a mesma coisa, nomes diferentes pro mesmo pedágio. O nome oficial do pedágio é Pando.)

Nesse lugar a gente conversou e pediu informação a um ser humano daqueles maaaaais inimagináveis do mundo: uma mulher barbada. Eu falo sério, ela tinha tipo MUITA barba no pescoço e no rosto, e daquelas barbas grandes e cultivadas. Eu conversei com ela, e sem dúvida tinha voz e rosto de mulher, com nariz fininho e tudo, mas sabe-se lá como lhe brotou mais barba no rosto do quê brotou no meu em toda minha vida. Aliás, não tem como ver na foto a barba e o rosto dela, mas é essa que tá sobindo no ônibus aí. huashaushasuh

Mas enfim, Leandro caminhou um pouco mais a frente e viu que poucos metros a frente tinha um acostamento. Fomos pra lá. Foi só chegarmos e parou um carro. Nos levaria somente uns quilômetros à frente, antes mesmo do Pedágio Solis (que era o destino mais próximo na lista de lugares até onde aceitaríamos ir). Então agradescemos e ele seguiu sozinho.

Nem 5 minutos depois já parou outro carro, que estava indo pra Piriápolis. Ok, o Pedágio Solís era caminho pra ele, então pulamos pra dentro do carro e lá fomos nozes na nossa primeira carona do dia.

Descemos no Pedágio Solís. Fomos colocar nossas mochilas em um banco que tinha em frente a um ponto de informações turísticas. Eu estava de óculos escuros e a garota que trabalha lá dentro sorriu pra mim toda simpática. Na real eu não vi isso, só dei conta pq o Leandro tava do meu lado e a cumprimentou de volta. Aí fui lá falar com ela.

Era a Caro, uma garota que mora ali por perto e era tipo UM AMOR de pessoa. Enquanto o Leandro ficava lá pedindo carona, ela me deu um papel gigante pra fazermos uma placa maior pro Chuí. A nossa nem estava em tamanho ruim, mas pelo jeito ela queria ajudar de alguma maneira. Risquei o contorno da palavra "Rocha" e embaixo "Chuy". Enquanto eu coloria "Chuy" ela pegou um pincel preto que ela tinha por lá e me ajudou colorindo "Rocha". Eu acabei tendo que contar pra ela que escrevo um blog e pedi pra tirar uma foto com ela pra citá-la na nossa história dessa viagem, de tão amável que era a garota. E assim ela foi pra fora pra que o Leandro também estivesse junto na foto...




E nem terminou aí. Ela nos trouxe uma garrafinha de água geladinha, e ficou no meu pé mandando que eu me passasse protetor solar pq já estava vermelho no sol. Não sossegou até que eu o passei.

Ela disse que nunca pediu carona na vida. Achei uma ótima deixa pra colocá-la pedindo carona junto com a gente pra ver se conseguíamos carona mais facilmente. E funcionou! hahahhaha





Pouco depois ela disse "Que engraçado, poucos minutos que a gente está se falando e parece que a gente é amigo há anos!".

O engraçado é que ela estava achando que eu era hetero. Até mesmo quando eu falei da Larêssa (uma grande amiga de infância), ela me perguntou se a gente namorava, porque geralmente amigos de infância crescem e acabam namorando alguma época, disse ela. hahahaha Por alguns instantes eu até achei que ela poderia estar afim de mim, mas deixei como estava. Não senti necessidade de falar que sou gay e certamente isso nem ia fazer diferença alguma, só falei que não, eu e Larêssa não somos nem nunca fomos namorados (ainda que muita gente que nos conhece pense o contrário também) hahahhaah

Uma amor de garota. Acho que uma típica uruguaia. Um lugar onde existem tantas pessoas amáveis assim é muito raro de encontrar. (Obs: "amáveis" não quer dizer que dão carona facilmente. hahahah)


Do Pedágio Solís, ignoramos Punta del Este e fomos pedir carona em Pan de Azúcar



Um milhão a cada dez pessoas que passavam estavam indo pra Punta del Este. É, eu imagino que se vc já ouviu falar dessa cidade você estará se perguntando "Por quê diaaaaaabos essas bixas não visitaram Puntaaaaaaaaa???" e a resposta é: "Não tínhamos tempo!". Era terça-feira, a gente queria visitar alguns amigos no caminho e chegarmos tranquilos com pelo menos um dia de antecedência a Porto Alegre (800km de distância de Montevideo) pra pegarmos um vôo que nos levaria até São Paulo.


Minha mão em Punta del Este há 3 anos atrás, a outra vez quando vim caronar sozinho pras bandas de cá (clica aí pra ler a história).


Então, negamos umas quatro caronas que pararam pra gente, todas indo para Punta. Nosso próximo destino depois do Pedágio Solis deveria ser diretamente Rocha. Mas, eis que um senhor parou e nos disse que deveríamos aceitar a carona dele até Pan de Azúcar, uma cidadezinha poucos quilômetros dali que ficava bem no trevo onde as pessoas que iriam pra Punta del Este se separavam das pessoas que iriam pra Rocha. Como já fazia quase 1h30min que a gente estava parado ali, acabamos aceitando.

Descemos em Pan de Azúcar, onde passavam pouquíssimos carros, talvez por ser meio dia, horário que geralmente as pessoas estão almoçando. A gente foi conseguir sair daí só 2 horas depois, quando eu fiz uma plaquinha com o nome "San Carlos", que era uma cidadezinha no caminho. Ou seja, aquele nosso plano de só pegar carona direto do Pedágio Solis até Rocha e depois Chuy estava indo por água abaixo.

Essa carona foi na caçamba de um carro, e nos deixou na entrada de San Carlos.






Um cara que passou a cavalo nos aconcelhou, com seu sotaque caipira em espanhol (huashaush), caminharmos um pouco mais e pedirmos carona depois de uma ponte que tinha lá. Quase não passava nenhum carro, daí resolvemos tentar o que ele aconcelhou.

Passando sobre essa ponte, tinha um mooooooooooooooonte de pessoas nadando sobre o rio debaixo dela. Tava um calor da porra, eu quase morri de inveja querendo pular naquela água linda que não parava de me chamar. Se tivéssemos coisas pra comer e uma barraca, eu não duvido nada que talvez a gente tivesse resolvido acampar por ali nesse dia. Até pq já eram quase 15:30.

Ficamos aí depois dessa ponte, mas me parecia um péssimo lugar pra pedir carona. Os carros desciam por um morro e passavam pela ponte. Ou seja, alta velocidade, pouco improvável de pararem. E ainda passavam pouquíssimos carros.

Ficando tarde na estrada, conseguimos uma carona com Karina Van Ron!


Foi ficando tarde, o Leandro deu ideia de voltarmos pra San Carlos e pegarmos um ônibus pro Chuí. Eu o deixei livre pra fazer isso, caso quisesse, mas falei que eu não iria junto. Ainda era terça-feira, tínhamos muitos dias de viagem. Se tivesse que dormir na rua denovo eu dormiria tranquilamente, e no outro dia cedinho seguiria caronando. Ainda era terça-feira, como disse, e dia de semana na parte da manhã é de boa pedir carona basicamente sempre, então eu não via motivo pra essa pressa toda.

Ele continuou ali comigo pedindo carona. Eu vi uma casa de campo lá longe e um homem nela. Nossa água já estava nas últimas gotas, então sugeri ao Leandro que fossemos lá pedir água ao homem e tentar fazer "amizade". Daí se escurecesse e a gente ainda estivesse por ali, poderíamos ir até a casa dele denovo e perguntar se ele tinha um teto por ali pra gente poder se esconder caso chovesse, e no fim das contas talvez ele até tivesse umas camas e nos oferecesse. Era arriscado, mas era o que tava tendo e opção, se não quiséssemos voltar milhões de quilômetros até San Carlos (mentira, não eram tãããão distante, mas dado nosso cansaço, a falta de água e o sol...)

Nesse tempo aí na ponte pedindo carona, veio caminhando do outro lado da estrada um possível caroneiro. Atravessei e fui conversar com ele, ele ia em sentido San Carlos.





Mais ou menos 1h30min um carro parou. Ahhhhh, eu não podia crer que alguém havia parado e meu olho deve ter até brilhado iludido que poderiam estar indo até Rocha, pelo menos.

Fomos nos aproximando do carro e demos conta de que a placa do carro era da Califórnia. Sério, CALIFÓRNIA! Ainda de Hollywood! E quer saber mais? Dentro dele tinham DUAS MULHERES! A primeira carona com mulher que pegamos em toda a viagem! E eu poderia jurar que isso nunca aconteceria por sermos dois homens, pq comigo mesmo, ao longo desses meus zilhões de anos de caroneiro, posso contar nos dedos as poucas caronas com mulheres que eu peguei.

A motorista era uma loira de olhos azuis chamada Karina, que depois fomos saber que é conhecida como Karina Van Ron (clica no nome dela que o Google te dirá quem é), tem como ouvir suas músicas aqui e tem como assistir clipes de suas músicas aqui e tudo.

A co-piloto da Karina era uma garota que pertencia à uma família que vive/cuida de uma pousada que a família da Karina tem. A Karina nos contou que ao dizer pra ela que iria parar pra dar uma carona pra gente, a garota disse "Nãããããão, não faça isso!!!" porque achava perigoso. Mesmo assim a Karina parou imediatamente e nos tirou daquele lugar.

Ô mulher doida, viu? hahhaah Sério, eu acho que alguém que não sabe nada de inglês provavelmente não entende quase nada do que a Karina diz. Ela sempre mistura o que fala com expressões em inglês, principalmente quando conta histórias de coisas que aconteceu com ela pelos Estados Unidos, onde viveu (e de onde se trouxe o carro, óbvio).




Às 17 horas Karina nos deixou na entrada de José Ignácio, onde ela pegaria outra estrada pra ir pra pousada da família dela e se foi.


Pedindo carona onde ninguém parava, chuva na beira da estrada e anoitecendo sem barraca ou abrigo


Great, umas horas depois que Karina nos deixou ainda estávamos lá, na beira da Ruta 9 pedindo carona pros carros da Fórmula 1 passando a mil por hora. Aí pra piorar, começa a chover!

Nenhum lugar por perto pra escondermos da chuva. NEM UM, UM NADA! A estrada era totalmente vazia e inabitada. Aí que eu dei conta que minha capa de chuva na verdade não tinha sequer pego estrada comigo, tinha ficado em Minas!

Nossa sorte foi que a Mah (a garota do Paraná que caronou comigo de Curitiba até Floripa no começo dessa viagem) havia me dado um guarda-chuva e esqueceu a sua capa de chuva na casa da Pira, lá em Floripa, e eu os trouxe na viagem. E também que o Edu (quem nos hospedou em Porto Alegre) nos deu um plástico gigante que poderíamos usar pra taparnos da chuva na pior das hipóteses.

Bom, e era das piores das hipóteses mesmo. O jeito foi amontoarmos nossas mochilas no chão e colocarmos o plástico do Edu por cima. Eu peguei o guarda-chuva e o Leandro vestiu a capa.






Estávamos fodidos. Nem assim o povo tinha dó e parava pra gente. Ia anoitecer ia a gente tava fudido sem barraca, sem um teto, sem nada nem ninguém pra pedir ajuda por perto.

Karina! Eis que Karina tinha deixado um panfleto da pousada da família dela e seu telefone de contato. Gossssshhh então tínhamos uma alternativa!! Enviamos uma mensagem por celular pra Karina, dizendo que começou a chover, explicando nossa situação e perguntando se ela podia nos ajudar de alguma maneira. E ela respondeu só "Ok", o que, pra mim, não dizia muita coisa.


No verso tinha o telefone de contato e um mapa de como chegar na pousada.


O Leandro disse pra eu colocar a capa de chuva, que talvez alguém passando rápido de carro acabasse me confundindo com mulher. hahhahaha Adorei a ideia, e vesti a capa. Na hora que fui levantar o dedo pra pedir carona, olhamos pro outro lado da estrada e lá estava o velho carro californiano!

Ahhhhh, a gente não pôde crer! E sabe mais? A Karina nos disse que estava na pousada pensando se a gente ainda estaria por lá tentando carona debaixo daquela chuva, e quando já estava quase decidida a sair pra possivelmente nos resgatar, chegou nossa mensagem pedindo ajuda!


Pessoas incríveis do caminho


Karina nos resgatou daquela chuva com seu sobrinho chamado Delfin (sim! "Golfinho" em espanhol!), nos levou até uma vendinha, nos comprou um sanduíche de milanesa, mais um monte de coisa de comer (até pro café da manhã no dia seguinte!) e ainda uma garrafa de UM LITRO de cerveja SÓ PRA MIM (eu achei que alguém iria tomá-la comigo, se imaginasse que fosse só pra mim teria dito que nem precisava).

Além de nos salvarem da possível "desgraça" de termos que passar a noite num lugar que chovia e não tinha nenhum lugar pra nos abrigarmos, fomos acomodados em um quartinho da pousada super confortável, tentando fazerem tudo escondido sem que os pais da Karina vissem, pq ela não havia avisado nada a ninguém. Ventava MUITO, além de chover.

Eles saíram pra buscar nossas coisas no carro e nos deixou ali no quarto. Logo alguém bateu na porta. Pronto, era a mãe da Karina. Ficamos meio apreensivos com medo de tomarmos um esporro, ou de ela assustar com essas duas pessoas desconhecidas ali sozinhas no quarto da pousada dela.

MAS, por sorte ela não assustou e a Karina chegou bem na hora, já tratando de nos apresentar e de dizer:

- Leo es un famous hitchhiker de Brasil, cómo el Kerouac brasilero.

hahhahahah, achei engraçado, mas até era uma coisa boa, pq talvez assim a mãe dela não ficasse com medo desses dois caroneiros desconhecidos que a filha catou na beira da estrada e trouxe pra dentro da pousada dela, pro quarto onde tinha várias coisas deles.

Pensei que a gente passaria tipo boa parte da noite conversando, mas a Karina tem hábito de dormir cedo (o que foi bom também pq estávamos muito cansados e tínhamos planos de acordar bem cedo), então nos deixou lá no quarto com toalhas pra podermos tomar banho, com as camas forradas e prontos pra dormir num conforto que nunca imaginávamos que teríamos na noite daquele dia.


Clique aqui para ver o mapa ampliado dos pontos onde pedimos carona.


Segundo dia de viagem, chegando ao Chuí, que nos acolhe de volta ao Brasil


No outro dia cedinho a Karina nos despertou como tínhamos combinado. Tomamos um banho quentinho e Karina nos preparou um café da manhã enquanto Delfin dava uma volta com a gente nos mostrando a pousada e a paisagem IN-CRÍ-VEL que a circunda.




 


Tomamos café e Karina quis levar-nos até a estrada denovo pra pedirmos carona. Pedimos informação a um senhor, e ele nos indicou seguir uns 10km mais à frente de onde a gente estava pedindo carona, pq lá haveria uma parada de ônibus, onde certamente seria mais fácil conseguirmos uma carona.





Pra mais informações/fotos sobre esse paraíso onde a Karina nos alojou, www.CasaIrupe.com


Ah, além de TUDO ISSO que Karina fez por nós, ela ainda nos deu dinheiro pra que pudéssemos pegar um ônibus até Rocha, e de lá podermos possívelmente conseguir caronas mais facilmente na nossa jornada ao Chuí. Eu não gosto de aceitar dinheiro nas viagens, mas acabei aceitando esse depois da experiência do dia anterior nessa mesma estrada.





Porém, a gente sequer precisou usar o dinheiro! Eram 8h30min de uma quarta-feira, as chances de conseguirmos carona eram bem altas. TÃO altas que TRÊS minutos depois um senhor parou pra gente e nos levou direto a Rocha.

Às 9horas da manhã descemos em Rocha. Guess what? Em menos de 10 minutos conseguimos uma carona DIRETO ATÉ CHUY!!!

Às 10:55 da manhã estávamos lá lindas cruzando a rua Uruguay e rua Brasil, as duas ruas paralelas que nos separavam entre os dois países. ESTAMOS DE VOLTA BRASIL! :P


Clique aqui para ver o mapa ampliado dos pontos onde pedimos carona.


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